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O Bloco Socialista e o Controle Estatal


Os países do Leste Europeu , com a União Soviética, formavam o bloco socialista . Eles apresentavam , de início, um desenvolvimento industrial muito mais baixo que o do Ocidente. A maioria foi  fortemente atingida , em seus territórios , pela Segunda Guerra Mundial. Logo, diante do isolamento dos comunistas no Ocidente , a URSS excluiu os não comunistas da política , implantando ditaduras de partido único na Europa Oriental. Em vez de ajuda econômica , com a recebida pelos países do bloco ocidental , estabeleceu-se um sistema que centralizava as decisões em Moscou , enfraquecendo as economias , já devastadas pela guerra, e impondo a transferência de riquezas dos países do Leste para a URSS. Carvão , alimentos e outras matérias-primas eram drenados sob o pretexto de indenizações ou reparações de guerra . Assim, a repressão  e o controle do exército se faziam necessários para manter  a ordem e o domínio soviético . Como se viu, a URSS representou , a partir de 1917, o primeiro desafio concreto ao capitalismo mundial e, como tal , foi isolada economicamente pelos países centrais . Essa situação levou os dirigentes russos a procurar um desenvolvimento autossuficiente. Com planejamento econômico centralizado , buscou-se a rápida construção das chamadas indústrias de base.
Ao final da Segunda Guerra , esse modelo obteve algum sucesso : a União Soviética era a segunda do mundo em volume econômico e , apesar da arrasada pela guerra, havia  sido uma das principais responsáveis pela derrota alemã. Além disso , dominava a tecnologia para extração de petróleo e carvão e tinha siderúrgica e hidrelétricas. Ela conseguiu ainda erradicar o desemprego e dar um impressionante salto na educação , com trabalhadores que tinham um dos mais altos níveis de instrução do mundo , um êxito e tanto para um país que era praticamente analfabeto. No entanto, o sistema político soviético rompeu com o lado democrático da tradição socialista. Com Stalin no poder , instalou-se um sistema repressivo , buscando impor um controle total sobre a vida de seus cidadãos. O medo dos pelotões de fuzilamento , dos campos de concentração e do vasto e ramificado aparelho policial garantia a "inexistência" de oposição. Após a morte de Stalin (1953), o novo líder soviético , Nikita Kruschev (1894-1971), revelou ao mundo  os crimes do ditador russo , como os cometidos nos campos de concentração da Sibéria , para onde os opositores do regime eram enviados , e anunciou o início de uma reforma na estrutura do país. Nesse período , as prisões e mortes em larga escala diminuíram , mas os dissidentes , internos e externos , continuaram reprimidos . Em 1956, a Hungria ameaçou se retirar do Pacto de Varsóvia . A revolta popular clamando por abertura política, no entanto, foi duramente reprimida pelo Exército Vermelho.  Algo semelhantes aconteceu em 1968, na Tchecoslováquia , em um episódio que ficou conhecido como Primavera de Praga.  Kruschev não conseguiu desmantelar a burocracia autoritária , baseada na centralização econômica e no unipartidarismo dos tempos de Stalin. No fim da década de 1960 , a URSS começou a demonstrar sinais de enfraquecimento econômico . A chamada "Era Brejnev" foi marcada por terror político e corrupção . A exagerada burocratização trouxe a inflexibilidade do sistema, o que gerou estagnação . O padrão  de vida dos trabalhadores entrou em declínio. Na década de 1970 , a economia soviética já não conseguia acompanhar a "revolução pós-industrial" que se desenvolvia no Ocidente . Brejnev tentou manter o status de superpotência e usou os lucros obtidos com o aumento do preço do petróleo para entrar em uma competição mais ativa com  os EUA, principalmente, por armamentos. O excesso de gastos, contudo , acentuou o caminho da bancarrota , levando ,mais tarde , ao colapso  do comunismo na União Soviética e nos demais países do Leste Europeu.