A inocuidade (quantidade não prejudicial) de um aditivo intencional
para alimentos não é estudada em humanos antes de o aditivo ser
lançado no mercado. A inocuidade é relacionada com um determinado
coeficiente de segurança calculado com base no conhecimento do
coeficiente máximo de ingestão que não produz reação desfavorável em
animais de experimentação. Estabelecido esse coeficiente de segurança
para animais, conhecido por NOEL (NO Observed Effect Level - Nível Sem
Efeito Observado), é feito o cálculo do IDA (Ingestão Diária
Aceitável) para humanos. Em seguida , o aditivo recebe um número de
inscrição , INS (International Numeration System), e é lançado no
mercado. Estudos epidemiológicos acompanham o consumo e a aceitação do
organismo humano ao aditivo , o que pode levar a uma das seguintes
situações :
1- O aditivo se mostra seguro ou os seus efeitos no organismo humano
se tornam conhecidos e bem estabelecidos. Nesse caso, o aditivo recebe
a letra E antes do número (INS) e permanece no mercado.
2-O aditivo se mostra causador de problemas sérios , doenças ,
potencialmente graves ou intolerância significativa por grande parte
da população. Nesse caso, seu uso é proibido para humanos e o auditivo
é retirado do mercado. Foi o que ocorreu com o aditivo INS 425, goma
Konjak). A análise toxicológica de um único aditivo alimentar leva de
4 a 5 anos para ser concluída , utiliza aproximadamente 650 animais de
laboratório (ratos , camundongos , coelhos , cães) e seu custo pode
chegar a U$$ 1 milhão (um milhão de dólares). A análise toxicológica
determina o coeficiente de segurança do aditivo , o Noel ou nível sem
efeito observado. NOEL é a maior concentração da substância,
encontrada por observação e/ou experimentação, que não causa
alterações fisiopatológicas nos organismos tratados. Para estabelecer
o NOEL são feitos estudos de toxicidade a longo prazo. Os animais de
cada espécie , cuja genética é conhecida , são criados em biotério,
com todas as condições controladas e divididos em grupos. Um grupo A
(de prova) recebe alimentação sem aditivo . Os demais grupos , B, C,
D, E , etc. recebem alimentação diária com quantidades crescentes de
aditivos. Por exemplo , incorpora-se na ração do grupo B uma
quantidade de aditivo igual 5 mg/kg; para o grupo C, incorporam-se 10
mg/kg; para o grupo D , incorporam-se 15 mg/kg , e assim por diante.