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Entre Disputas Econômicas E Políticas


Sob o impacto das revoluções científicas e tecnológica e do progresso material , a classe burguesa europeia viveu sua "belle époque" no fim do século XIX e início do XX. No entanto, a aparente estabilidade escondia diversas tensões que marcavam a sociedade europeia tanto internamente - com a chamada "questão social" , decorrente da Revolução Industrial - quanto externamente - com o avanço do nacionalismo e da disputa imperialista. Em muitos lugares , assistia-se à exacerbação do patriotismo e do civismo. Proliferavam clubes patrióticos e militares. A ética do nacionalismo tornou-se uma valor partilhado pela imensa maioria, uma verdadeira "religião da pátria" , reforçada pelas escolas. Na literatura , certo heroísmo romântico ressaltava a vida coletiva , a lealdade , a disciplina e a camaradagem das corporações que tinham finalidade bélica. Paralelamente , o serviço militar obrigatório aumentava a influência dos exércitos na sociedade. Viu-se que foi o impulso dos ideais nacionalistas que se opuseram as unificações políticas da Itália e da Alemanha, na segunda metade do século XIX. Surgiu, assim, um novo cenário político europeu. Após a unificação , a Alemanha tornou-se a maior potência da Europa continental, superando a França e fazendo frente à poderosa Grã-Bretanha. A grande expansão da economia alemã foi acompanhada pelo crescimento de suas ambições foi acompanhada pelo crescimento de suas ambições políticas e coloniais. Sob o comando de Otto von Bismarck (1815-1898) , a Alemanha forjou importantes acordos internacionais , como a Tríplice Aliança , em 1882, com a Áustria-Hungria e a Itália. Essa Alemanha industrializada , com o desejo de ter um Império colonial do mesmo porte de seu poderio econômico, acabou ameaçando o poder das demais nações imperialista , especialmente , da Inglaterra e da França. A competição por matérias-primas e mercados consumidores acirrou os antagonismos políticos. A militarização da Alemanha favoreceu a corrida armamentista , fazendo com que o período anterior à eclosão da guerra ficasse conhecido como o da manutenção de uma "paz armada".  Na França , apesar de certo isolamento , cultivava-se um revanchismo antigermânico , que visava recuperar as províncias da Alsácia-Lorena e apagar a humilhação imposta pela derrota na Guerra França-Prussina (1870-1871). Após 1890. Com  a queda de Bismarck na Alemanha , a inabilidade diplomática de seus sucessores políticos alterou esse quadro. Já em 1893, uma aliança franco-russa garantiu apoio militar e investimentos franceses à Rússia. Era o fim do isolamento francês. Em 1904. Os temores em relação ao poderio alemão aproximaram a França da Inglaterra , na "Entente Cordiale". Formaram-se , assim, dois blocos de nações. De um lado , Tríplice Entente, com a França , a Inglaterra e a Rússia ; de outro, as potências centrais , os impérios alemão e austríaco. Ao mesmo tempo, a situação se tornou explosiva nos Balcãs. A decadência do Império Otomano gerou uma grande competição entre as potências industrializadas por concessões e influências. O Império Russo queria uma saída para o Mar Mediterrâneo e a Áustria-Hungria , para o Mar Egeu. Os confrontos entre os três impérios multinacionais em declínio complicavam-se ainda mais, por causa das ambições territoriais da Itália e dos nacionalismos que afloravam na região. O principal movimento , o pan-eslavismo , foi liderado pela Sérvia e contou com o apoio da Rússia. As tensões diplomáticas , porém, chegaram ao seu ponto mais crítico quando o arquiduque austríaco, Francisco Ferdinando, foi assassinado por um sérvio ligado ao grupo nacionalista conhecido como Mão Negra. Sua morte serviu de pretexto para a Áustria , com o apoio alemão, declarar guerra à Sérvia. Isso gerou uma reação em cadeia. A mobilização austríaca contra a Sérvia provocou a reação da Rússia.  Esta, por sua vez , mobilizou os alemães, que , há  muito, se preparavam para um guerra. Assim, a deterioração da situação internacional e a crise diplomática levaram ao início do conflito armado.