Os habitantes da América pré-colombiana não são naturais do continente, mas oriundos de outras regiões isto é, são alóctones. Tudo indica que os ameríndias chegaram ao novo continente pelo Estreito de Bering - entre a Ásia e a América do Norte - e pelo oceano Pacífico , há cerca de 20 mil anos. Na época da descoberta da América , estima-se que sua população estivesse próxima de cem milhões de habitantes irregularmente distribuídos pelo continente e em diferentes estágios de desenvolvimento, " Havia de tudo entre os indígenas da América: astrônomos e canibais , engenheiros e selvagens da Idade da pedra. Mas nenhuma das culturas nativas conhecia o ferro nem o arado , nem o vidro e a pólvora , nem empregava a roda , a não ser em pequenos carrinhos ". (GALEANO, EDUARDO). Algumas tribos tinham uma estrutura primitiva , eram nômades e viviam da caça e da pesca , como os esquimós (América do Norte) , os charrua (Uruguai) , os tapuias, xavantes e timbiras (Brasil). Outras tinham vida sedentária vivendo em aldeias e praticando a agricultura , como os "pueblos" (América do Norte) , os cartões e ataques (Antilhas e Norte da América do Sul) e os tupis-guaranis (Brasil). Os ameríndios mais avançados tecnologicamente e que possuíam sofisticada organização sociocultural formavam a maioria da população, americana. Dentre estes, destacavam-se os maias , na América Central, os incas , no Peru , Bolívia e Equador e os astecas , no México. Enquanto os maias viviam em cidades autônomas , os incas e os astecas organizavam-se em sólidos impérios , nos moldes dos grandes impérios asiáticos da Antiguidade , como Egito e a Mesopotâmia a , sob a hegemonia de uma poderosa aristocracia. A supremacia do Estado, garantida por seu domínio religioso, permitia-lhe interferir em todos os setores, desde a cultura até a produção econômica. O Estado controlava as condições de cultivo, como irrigação, essencial para a agricultura, que era a economia dessas civilizações. Daí serem chamadas por alguns historiadores de impérios teocrático de regadio. Estima-se que, quando os conquistadores europeus desembarcaram no novo continente , astecas , maias e incas constituíam uma população próxima de oitenta milhões de pessoas da qual , pouco mais de um século depois , não restavam mais de quatro milhões. Como pretexto para a exploração colonial, utilizava-se argumento da necessidade de civilizar os povos americanos por meio da cultura e da fé cristã. Dessa forma , acobertava-se a dominação dizimadora, justificando-a como um empreendimento comercial de cristianização. Até meados do século XVI, praticamente toda a América fora subjugada pelos conquistadores europeus - que se utilizavam , para isso , da pólvora e do cavalo , desconhecidos pelos ameríndios, além de se valerem da fragilidade grupal das tribos , divididas em facções muitas vezes rivais. No Peru, por exemplo; as disputas pelo trono entre Atahualipa e huáscar enfraqueciam o Império inca, o que ajudou os espanhóis a se assenhorarem do "eldorado " tão cobiçado. Hermán Cores, no México , e Francisco Pizarro e Fio Almagro, no Peru, foram os conquistadores espanhóis que, devido à violência e extensão de suas conquistas, marcaram mais fortemente o início do processo de colonização dos territórios espanhóis na América. Efetuada a conquistas, a exploração de ouro e principalmente de prata , passou a ser eixo da colonização espanhola durante os séculos XVI e XVII. México, Peru e Bolívia respondiam pela produção de metais preciosos, enquanto , simultaneamente , outras regiões se integravam ao sistema econômico colonial como produtoras de bens agrícolas (Chile) , criado de animais de reação, como mulas e produtoras de tecidos (Argentina) , entre outras. A produção colonial foi organizada a partir de exploração da mão-de-obra indígena. Uma das formas de utilização dos nativos era a nota , pela qual os indígenas eram tirados de suas comunidades para trabalhar nas Minas, sob um pagamento irrisório. Esse método, utilizado especialmente nas minas de prata de Potosí, acabou por arruinar a estrutura comunitária , minando com o extermínio da população indígena. A encomenda , sistema mais usado , consistia na exploração dos nativos da Sérvia nos Campos e nas Minas. A Coroa encomendada a captura de indígenas a um intermediário- o encomedero- , os distribuía aos colonizadores , que recebiam o índio como sei servo. A servidão era justificada em forma de pagamento de tributos, feitos pelos índios em forma de serviços , por receberem proteção e educação cristã. O encomedero , por sua vez, transferida parte dos tributos para a Coroa. Chamava-se Conselho Real e Supremo das Índias o órgão controlador da colonização, centralizado na Espanha e representado nas colônias pelos Chapetones. Os negócios e a arrecadação de impostos cabiam as casas de contratação, e as ligações comerciais entre Metrópole e colônia se faziam pelo sistema de "Porto Único " , ou seja, toda a transação colonial de comércio deveria, necessariamente, para por determinado Porto na Metrópole- inicialmente foi Sevillha e, depois, Cádiz. Esse porto recebia as mercadorias vindas dos portos autorizados na Colônia.